terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Usuário

O som penetra pela minha mente de tal forma que não consigo saber de onde vem.
É alto, distorcido e inconstante.
Hora vem, hora vai.
Deixa sequelas sempre que o encontro, mas não sei de onde vem, nem para onde vai.
me encontro caído ao chão mais uma vez.
Quem me levantou, quem trouxe o som?
Não quero mais encontrá-lo. Nunca mais.
Uma vez foi diferente, foi a primeira vez.
Não me lembro como nem quando o conheci.
Me levou para lugares distantes mas ao mesmo tempo tão perto.
Agora a certeza que tenho é a distanci. Quero o silêncio.
Gosto de música, mas tenho medo de escutar a mesma melodia mais uma vez.
Preciso de ajuda. Tenho medo.
Estou perdido e inconsciente, preciso acordar.
Tenho medo de não voltar desta mistura de realidade cruel e sonho real.
Queria voltar pra casa.
Mas acho que não vou mais conseguir.
Me mudei tem uma semana. Hoje tem uma missa pra mim.
Sinto saudade dos meus amigos. Não quero tê-los aqui por um bom tempo.
Queria poder escutar a música como na segunda vez.
Porém tomar a decisão de nunca mais ouvi-la.
Quetria não ter sido um usuário de drogas.
Queria viver no silêncio, no vazio do meu quarto ao barulho dos meus falsos amigos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cem anos depois

Como seriam os pensamentos de meus avós?
Talvez quizessem para mim um império que pudesse desfrutar por várias gerações. Nunca me deixaram herança material alguma, sequer uma foto. Isso é apenas um sinal de que minha geração possa ser bem diferente daquelas anteriores. vejo o mundo com outros olhos.
Minha família em geral luta por condiçõs melhores de vida, o que é importantíssimo certemante.
Eu que penso de um tempo pra cá mais nos pobres do que em mim, vislumbro uma velhice rica de saúde, apenas.
Quero curtir meu final de vida cheio de amigos como os que tenho hoje, para poder partilhar todas as minhas histórias deixando um ponto de dúvida na cabeça dos ouvintes. Hoje vendo que não quero dinheiro, apenas felicidade. Quero ter vida suficiente para ver lá na frente que tudo valeu a pena.
Hoje partilho meus pensamentos com uma pobreza de tal forma, que conceituo essa como a minha maior riqueza. Sonhava com uma casa com piscina, carro na garagem e quintal gramado. Hoje que eu não tenho nada disso e me vejo perto de uma outra realidade.
Sou feliz e rico de amigos e saúde. Já conquistei tudo o que de mais precioso poderia ter nessa vida.
Queria saber como meus avós pensavam. Mas tenho certeza que se eles fossem vivos, me acariam um louco.