terça-feira, 28 de junho de 2011

Recém-nascido

Cai e levantei.
Depois de longo tempo surgi como um neném, aprendendo a caminhar.
Longe dos pais tive medo do mundo. Mundo-Cão.
Caí mais uma vez com a fraquesa da minha mente. Chorei.
A vontade de desistir e morar lá no céu foi bem mais forte do que tudo.
Fui salvo, mais uma vez.
Se não fosse o medo de altura teria ficado de vez por lá.
Longe daqui, longe de tudo. Sozinho.
Percebi que ficaria lá por muito tempo, quase para sempre.
Longe dos meus amores, longe dos meus objetos, longe das minhas lágrimas.
Só. Somente só.
Não teria forças para sair de mim mesmo, como tive hoje.
Hoje é um dia de vitórias, que fique registrado.
Junto com os meus heróis quero levantar o meu maior troféu.
Voltei. Venci. Não chorei.
Vou guardar as minhas lágrimas para minhas próximas vitórias compartilhadas.
To de volta a vida. Bem longe o avesso dela.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Album de fotografias

Com meus amigos da escola aprendi coisas ótimas.
Cheguei além dos limites de criação com meus amigos de música.
Percebi que a minha saúde dependia dos meus amigos de cachaça.
Mas foi com os amigos da vida, com os meus piores amigos que percebi que meu melhor amigo sou eu.
Independente, autosuficiente e responsável.
Percebi com os erros cometidos com os outros que sempre dependeram de mim para errar.
Como fui tolo tantas vezes que acreditei que tinha o mundo ao meu lado.
Tudo não passou de escola para mim, como meus primeiros amigos de escola.
Se hoje me decepciono comigo e com os outros o erro é antigo, não de agora.
Vendo meu album de fotografias junto com os meus primeiros amigos, percei que eles não são mais os mesmos.
Eram sim, companheiros, influenciados por seus pais amigos dos meus pais,o que nos tornava naquele momento meus primeiros amigos.
De fato, seremos sempre amigos de nós mesmos, metamorfoses humanas aperfeiçoados com os erros dos outros e sempre buscando uma nova amizade para errar e se arrepender depois.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Previdência Social

Lastimável este longo futuro que me aguarda
Sem visões, prevejo algo de ruim a cada dia
Resisto a todo instante pela sobrevivência
A sociedade que me cultuava, hoje cospe em mim
Largado, fudido, fedido
Sou mais um mendigo catando os restos de minhas palavras
Tantas vezes escritas nos jornais
Dinheiro, ganância, vaidade
Viajo hoje apenas nos meus sonhos repentinos de solidão
Prefiro à vida solitária em baixo de um teto com comida
Às ruas cheias de luxo e lixo
Talvez se eu tivesse pensado nisso há algum tempo atrás
Não precisaria pensar nisso agora
Com tantas feridas abertas com o tempo
Nas minhas pernas, nas minhas costas, no meu coração
Não desisto de viver, apenas sobrevivo sem expectativas
Entreguei minha alma a Deus e vendi minha imagem ao mundo
Meu lar é tudo aquilo que eu mesmo construí durante anos
Minha cama, meu cobertor, minhas paredes
Minhas palavras me levaram do tudo ao nada
Sou mais um mendigo como tantos pombos na praça da cidade

terça-feira, 4 de maio de 2010

Três notas

Depois que ganhei uma viola de um amigo comecei a entender melhor certas coisas.
A sociedade preconceituosa se limita a tudo o que não agrada.
Negro, Branco, Pardo e outrém... vivemos das dificuldades geradas por nós mesmos.
Deus que me valha de tanta coisa boa e ruim.
Somos feitos de matéria, luz e música. Porque vivemos trancafiados em nossos mundos a base de MP3, enquanto o mundo se consome? Nossos problemas são arranjados por nós e consumidos por quatro ou cinco minutos de cada composição. Pobres de nós.
Depois que comecei a fazer música ficou mais fácil compreender certas mentes. Hoje consigo não chorar ao ver certas cenas, mas posso fazer um homem choram com três ou quatro tentativas, digo melodias. Pobres de nós, homens consumidos por nós mesmos. Graças a viola vivo acompanhado de uma terapia infalível.
Tiros, batidas, brigas e Rio de Janeiro. Como sobreviver a tanta coisa real? Dó-Ré-Mi. Pronto, salvei o meu dia!
Hoje levo a vida com a viola na bagagem, sobrevivendo neste mundo estranho e incompreensível.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Novo direcionamento

Vou disponibilizar todos os meus arquivos talentosos, se assim puder chamar, aqui no Sedeibem. Arquivos de música, teatro, as antigas formas de poetizar e outros arquivos.
Estarei dispondo de todo o que achar conveniente para atrair e agradar todo mundo.

Para a galera que curte o teatro estão disponíveis os vídeos das reportagens exibidas no dia 03 de Abril de 2010 sobre a encenação da Paixão de Cristo, dramatizada pela Lona Cultural João Bosco, em Vista Alegre, sob a direção de José Pontes. os links abaixo são dos vídeos extraídos do site da globovídeos

http://www.4shared.com/file/258508084/dbd13fd8/Paixo_de_Cristo_2010_-_Bastido.html

http://www.4shared.com/file/258459270/e3a008d0/Paixo_de_Cristo_2010_-_RJTV.html

http://www.4shared.com/file/258472575/3b443ebb/Paixo_de_Cristo_2010_-_Jornal_.html

Por muita sorte, apareci nestas filmages.

Espero que gostem!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Usuário

O som penetra pela minha mente de tal forma que não consigo saber de onde vem.
É alto, distorcido e inconstante.
Hora vem, hora vai.
Deixa sequelas sempre que o encontro, mas não sei de onde vem, nem para onde vai.
me encontro caído ao chão mais uma vez.
Quem me levantou, quem trouxe o som?
Não quero mais encontrá-lo. Nunca mais.
Uma vez foi diferente, foi a primeira vez.
Não me lembro como nem quando o conheci.
Me levou para lugares distantes mas ao mesmo tempo tão perto.
Agora a certeza que tenho é a distanci. Quero o silêncio.
Gosto de música, mas tenho medo de escutar a mesma melodia mais uma vez.
Preciso de ajuda. Tenho medo.
Estou perdido e inconsciente, preciso acordar.
Tenho medo de não voltar desta mistura de realidade cruel e sonho real.
Queria voltar pra casa.
Mas acho que não vou mais conseguir.
Me mudei tem uma semana. Hoje tem uma missa pra mim.
Sinto saudade dos meus amigos. Não quero tê-los aqui por um bom tempo.
Queria poder escutar a música como na segunda vez.
Porém tomar a decisão de nunca mais ouvi-la.
Quetria não ter sido um usuário de drogas.
Queria viver no silêncio, no vazio do meu quarto ao barulho dos meus falsos amigos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cem anos depois

Como seriam os pensamentos de meus avós?
Talvez quizessem para mim um império que pudesse desfrutar por várias gerações. Nunca me deixaram herança material alguma, sequer uma foto. Isso é apenas um sinal de que minha geração possa ser bem diferente daquelas anteriores. vejo o mundo com outros olhos.
Minha família em geral luta por condiçõs melhores de vida, o que é importantíssimo certemante.
Eu que penso de um tempo pra cá mais nos pobres do que em mim, vislumbro uma velhice rica de saúde, apenas.
Quero curtir meu final de vida cheio de amigos como os que tenho hoje, para poder partilhar todas as minhas histórias deixando um ponto de dúvida na cabeça dos ouvintes. Hoje vendo que não quero dinheiro, apenas felicidade. Quero ter vida suficiente para ver lá na frente que tudo valeu a pena.
Hoje partilho meus pensamentos com uma pobreza de tal forma, que conceituo essa como a minha maior riqueza. Sonhava com uma casa com piscina, carro na garagem e quintal gramado. Hoje que eu não tenho nada disso e me vejo perto de uma outra realidade.
Sou feliz e rico de amigos e saúde. Já conquistei tudo o que de mais precioso poderia ter nessa vida.
Queria saber como meus avós pensavam. Mas tenho certeza que se eles fossem vivos, me acariam um louco.